terça-feira, 11 de outubro de 2011

Pequenas coisas

Gostaria de compartilhar uma experiência (nas pequenas coisas do dia-a-dia) que tive há pouco tempo.

Num dia desses, quando fui tomar banho, percebi que o chuveiro estava ligeiramente aberto.
Pensei em quem teria tomado banho antes de mim, e constatei que havia sido meu pai. Tomei meu banho e pensei em avisá-lo no dia seguinte, para prestar mais atenção na hora de fechar o chuveiro. No dia seguinte me esqueci de avisá-lo e quando fui novamente tomar meu banho, lá estava: o chuveiro ligeiramente aberto de novo. Pensei: puxa vida, não me lembrei de alertá-lo! De amanhã não passa!
Então no outro dia contei o que havia acontecido. Contei que nos últimos dois dias que eu entrava no box para tomar meu banho, encontrava o chuveiro semiaberto. Ainda ressaltei: feche bem forte, pois ele está passando o dia todo aberto, só a noite quando vou tomar meu banho que fecho completamente. Ele concordou.
E mais um dia... Quando fui escovar meus dentes para dormir (havia tomado meu banho mais cedo) escutei adivinha o que? Sim! O barulho do chuveiro. Aí pensei: vou deixar o chuveiro do jeitinho que ele deixou para amanhã de manhã quando for tomar seu banho ele veja que passou a noite toda aberto. Escovei meus dentes e quando estava voltando para o quarto pensei em voltar e fechar aquele chuveiro. Eu não poderia fazer algo assim, fingir que não vi para não me dar o trabalho de fechá-lo e mostrar que meu pai não fez o que pedi e vencer uma discussão. Voltei e o fechei.
Prosseguindo, eu agora tinha um bom motivo para brigar. E briguei! Falei que não adiantava pedir as coisas e que ele não cooperava com nada de dentro de casa. Disse! E ele indagou dizendo: Fernanda, eu nunca deixei esse chuveiro aberto não! Então pensei comigo: É lógico que você acha que nunca deixou o chuveiro aberto. Sabe por quê? Porque você nunca viu o chuveiro aberto! Porque eu fecho toda noite! Mas hoje eu não vou tocar em nada e nem vou conferir se está aberto! Aí quero ver o que ele vai me responder amanhã.
E na mesma noite lá estava eu mais uma vez, ao escovar os dentes, ouvindo o barulho do chuveiro pingando. Algo me impedia de deixar aquele chuveiro pingando a noite toda. E... Fechei aquele chuveiro! Aff! Como posso ser tão mole! Tão frouxa!
Naquele exato momento eu pude entender que isso faz parte do Evangelho. Ser mole faz parte do Evangelho. Deus conseguiu me tocar em meu empenho de brigar. Quando eu conseguiria convencê-lo de que eu estava certa, um amor veio e aniquilou esse sentimento. É meu pai! E eu compreendi que quando a segunda pessoa não quer entender, ou simplesmente não entende, eu não posso deixar de agir, já que o prejuízo é do outro.
Hoje, depois de +/- uma semana, minhas tarefas de todas as noites são: verificar se a casa está toda fechada, conferir se fechamos o gás, apagar todas as luzes, passar no banheiro para fechar o chuveiro e (claro!) lembrar de não brigar no dia seguinte. =)

Fernanda Abdallah 
Mendonça Moreschi

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